Após recentes descobertas de crianças indígenas enterradas em
terrenos de internato dirigidos igreja católica no Canadá fez explodir uma onda
de incêndios nas igrejas cristãs do Canadá. Tudo aconteceu após recentes descobertas de
túmulos de crianças indígenas enterradas.
Igrejas incendiadas no Canadá
Protestos:
Manifestantes derrubam estátuas da Rainha Isabel II e Rainha Vitória
Vídeo mostra igrejas incendiadas no Canadá
As descobertas começaram na data de 27 de maio de 2021,
Rosanne Casimir, (chefe da reserva Tk’emlups te Secwépmc), divulgou a
descoberta de 215 restos mortais de menores indígenas em um terreno antigo do
internato de Kamloops (província) da Colúmbia Britânica.
Membros de etnias indígenas em um memorial indígena (Kamloops Indian Residential School Monument)
(Cole Burston/AFP - 4.6.2021)
Na descoberta
identificaram que alguns desses restos mortais eram de crianças detrês anos de idade. Um mês depois no dia 24
de junho, Cadmus Delorme (chefe da reserva Cowessess) anunciou a descoberta de
mais 751 tumbas não identificadas em terrenos do antigo internatoMarieval (província de Saskatchewan) no
Canadá.
Geo-Localização do Internato Marieval (província de Saskatchewan - Canadá)
Fotografia histórica da Província de Saskatchewan, possivelmente datada de 1910, mostra as crianças indígenas e funcionários do internato da igreja de Marieval.
(Provincial Arquives of Saskatche/EFE)
(Provincial Arquives of Saskatche/EFE/EPA)
No dia 1º de julho do mesmo ano foram anunciados a descobertas de mais
182 corpos na comunidade de Lower Kootenay Band, totalizando 1.148 corpos
achados. Essas vítimas no passado foram mortas, boa parte de doenças
negligenciadas, abusos físicos e psicológicos, violência sexual, além de
suicídio.
Manifestantes de etnias indígenas em uma calçada
Com o estopim dessas descobertas, houve uma explosão de ondas
de protestos incendiando igrejas e derrubando estátuas de Rainha Isabel II e
Rainha Vitória. Como se sabe, Canadá é um país pertencente à monarquia
britânica, embora seja um país independente, mas culturalmente e politicamente
ainda é ligado ao Reino Unido.
Uma mulher membro de etnia indígena chora em frente a uma calçada onde ursos de pelúcia foram colocados em homenagem cada vítima.
A rede de instituição era composta de 139 internatos que durou de 1883 a 1996. Lá, estudantes eram abusados fisicamente e sexualmente por diretores e professores, além de serem separados de sua cultura tradicional. Justin Trudeau (primeiro ministro do Canadá) em nome do estado pediu desculpas pelas famílias das vítimas e exigiu que o Papa Francisco peça desculpas em nome da igreja católica.
Ao centro uma tenda indígena e membros de famílias indígenas
(Geoff Robins/AFP - 27.6.2021)
Apesar desse total de 1.148 corpos achados, ainda não se confirmaram se 100% desses corpos sejam de indígenas, mas por terem sido locais onde no passado funcionaram as escolas de internatos de crianças de grupos autóctones, tudo indica que 80% a 90% de precisão que sejam de fato corpos de crianças indígenas. Segundo relatos dos parentes e familiares dos mortos, as crianças eram tiradas à força de sua família e de sua cultura para serem levados a estes internatos administrados pela igreja católica. Todas estas descobertas que aconteceram no Canadá abalou o país que é originado do reinado britânico e causou protestos em todo Canadá chegando ao ponto de incendiar várias igrejas católicas. O fato foi considerado pelas autoridades de defesa dos direitos indígenas como “genocídio cultural”.
Antigos registros dos internatos de crianças indígenas, veja no detalhe várias crianças, freiras e a frente da fotografia, 2 padres sentadas de braços cruzados
Em 2008 foi criada uma comissão para investigar os relatos
macabros de maus tratos com crianças (em maior parte crianças indígenas) nos
internatos das escolas dirigidos pela igreja católica. Na investigação
descobriram que muitas dessas crianças indígenas nunca teria voltado para seus
lares e familiares de origem. Apesar do pedido de desculpa formal do governo canadense no
mesmo ano de 2008, as investigações continuaram e em 2015 foi divulgado o
relatório intitulado “Truth and Reconciliation” (Verdade e Reconciliação). O
relatório confirmou que a igreja católica e o Canadá cometeu “genocídio
cultural”. No documento foram concluídos que cerca de 3.200 crianças foram
mortas nesses centros (internatos) por violência física, sexual, abusos e maus
tratospor falta de cuidados. Depois do
relatório de 2015 a comissão de investigação continuou seu trabalho e mais
descobertas macabras foram aparecendo.Nos anos posteriores a comissão continuou entrevistando pessoas
(familiares e parentes das vítimas) e analisando documentos.
Ambiente interno de um dos internatos
A comissão concluiu com os relatos sucessórios que as
mulheres indígenas sofreram esterilizações forçadas e também detalhou que a
taxa de suicídio entre mulheres indígenas jovens é de 5 a 7 vezes maiores
comparados outros povos. Durante todo processo, a investigação entrevistou e
ouviu cerca de 1.500 pessoas (familiares, vítimas, especialistas de diferentes
áreas) produzindo um relatório de 1.192 páginas, o relatório apontou que desde
1980, as mulheres indígenas assassinadas que desapareceramsão contabilizadas em cerca de 1.200 mortes
de mulheres indígenas. De acordo com dados da polícia do Canadá colhidos pela comissão
apontaram que a taxa de homicídios contra mulheres degrupos *autóctones são 5 vezes superiores aos
canadenses, concluindo que 10% das mulheres desaparecidas no Canadá são
indígenas. *Autóctone (é o indivíduo natural da região ou do país que habita e
é descendente das raças que viveram e carregam seus traços étnicos-culturais,
exemplo; aborígenes e indígenas). A população desses grupos são calculadas em 4,6%
(equivalente a 1,6 milhão) da população do Canadá.
Fachada de um internato
Diversos depoimentos indicam que os castigos físicos, a
violência sexual, a negligência, a exploração e o racismo eram comuns nestas
instituições financiadas pelo Governo canadense e administradas por grupos
religiosos (70% deles pela igreja católica). Em 2019 uma comissão concluiu que pelo menos 4.134 menores
morreram nestes centros, mas especialistas calculam que o Nº total de mortes
passa de 6.000. A Igreja Católica retirou as lápides dos túmulos em 1960 pra
omitir e dificultar que estas covas fossem descobertas ou identificadas no
futuro.
A história dos internatos dirigidos pela igreja católica
começou a partir de 1863 quando foi criado pelo governo do Canadá um sistema
escolar residencial administrado pela igreja católica. Nesse período de
1983-1996, cerca de 150 mil crianças (maioria indígenas) foram levadas à força
para estes internatos num total 139 escolas que durou até 1996. Apesar do estado britânico e da igreja católica nunca terem
assumido publicamente, mas o objetivo eram manterem aquelas crianças ali sem se
reproduzirei e assim dar fim (esterilizar) a etnia cultural indigenista de
forma silenciosa sem chamar atenção. A prática de levar crianças para
internatos disfarçados de cuidar dos órfãos que na verdade eram pra esterilizar
(acabar com etnias culturais antigas) foram até regulamentadas pelo estado
britânico e só foi abolido em 1973. Apesar disso de acordo com organizações de
defesa dos direitos indígenas, esta prática continuou pela igreja católica com
conivência da monarquia britânica.
Após as descobertas e conclusão dos relatórios, a Federação
de Nações Indígenas Soberanas, que representa cerca de 74 povos indígenas em
Saskatchewan, pediu que a Igreja católica indenize ex-alunos em US$ 20 milhões
(equivalente a R$ 100 milhões) além disso a comissão fez 231 recomendações ao
governo do Canadá, dentre essas recomendações, a comissão pediu mudanças nos
protocolos policiais, para que seja inseridos mais agentes indígenas no sistema
policial e judiciário.
PORQUE QUE O PAPA E AS AUTORIDADES CATÓLICAS BRASILEIRESAS SE
INTORMETERAM COM INDÍGENAS NA AMAZÔNIA E AGORA ESTÃO CALADAS COM O GENOCÍDIO INDÍGENA NO CANADÁ?
Como se
sabe, 87% da população brasileira é cristã e 64% são católicos, colocando o
Brasil como o maior país católico do mundo com cerca de 123 milhões de adeptos
do catolicismo. E porque as autoridades católicas brasileiras estarem caladas?
Seria porque o Canadá é outro país e não pertence ao Brasil ou é pura safadeza
mesmo? Pois com relação a Amazônia e se mete. Quando o assunto é política, a
igreja gosta de meter o bedelho no meio com temas que não são da alçada religiosa.
Basta ver o domínio que a igreja tem sobre a política brasileira e forma como
ela controla o estado com rédeas curtas, para refrescar a memória do
brasileiro, vou citar o tal do Sínodo da Amazônia que é um evento criado pelo
Vaticano convocado e presidido pelo papa. Na questão da Amazônia, a discussão
visava entre outras coisas discussões sobre o meio ambiente e os indígenas. Bom
agora que já refresquei a memória do brasileiro, vou deixar uma perguntinha bem
provocativa. Bem se
o Vaticano fica na Itália porque que a igreja se intromete com assunto não religiosos
na Amazônia e qual o motivo da igreja católica estarem com a boquinha calada
com relação ao genocídio de indígenas no Canadá, seria safadeza mesmo?
A Revista: Relegens Thréskeia ligada à Universidade Federal do Paraná (UFPR), lança a chamada: Dossiê: história, laicidade e ateísmo. Os organizadores são os pesquisadores: Ricardo Oliveira da Silva (UFMS) e Marcos Vinicius de Freitas Reis (UNIFAP).
CHAMADA PARA DOSSIÊ: HISTÓRIA, LAICIDADE E ATEÍSMO
O prazo final para submissão de trabalhos vai até o dia 31 de Julho de 2020, segue link para submissões de trabalho:
A Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) lança hoje, a disciplina: "História do Ateísmo", algo inédito no Brasil, pois nunca uma universidade brasileira fez isto antes, no mundo a única referência de que se tem conhecimento de uma disciplina de ateísmo é na Universidade de Miama nos EUA, por tanto essa tomada da UFMS é inédita no Brasil e também será a única referência na América Latina e a segunda referência no mundo no segmento disciplina de ateísmo no âmbito acadêmico.
Resolução Nº 36 de 20 de Junho de 2018
A autor da disciplina história do ateísmo é do acadêmico e professor de história Dr. Ricardo de Oliveira da Silva (Ricardo Russel) que teve sua proposta aceita e aprovada pelo colegiado do curso de história da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS (Campus - Nova Andradina - MS).
Ricardo Oliveira da Silva
(autor da proposta da disciplina "história do ateísmo")
A resolução da disciplina (Resolução Nº 36 de 20 de Junho de 2018)foi publicada em junho de 2018, oficializando a disciplina no Ministério da Educação (MEC). Abaixo segue os documentos da ata de reunião e a resolução da disciplina.
ATA DA 5ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO COLEGIADO DO CURSO DE HISTÓRIA (UFMS - CAMPUS DE NOVA ANDRADINA, MS)
A disciplina: "História do Ateísmo" começará a ser ministrada em 2019 na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS (Campus, Nova Andradina - MS) e terá duração (carga horária) de 68 horas. Abaixo você confere a programação do cronograma e leituras da disciplina.
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO ATEÍSMO
(Cronograma e Leituras)
Cronograma
Nome: História do Ateísmo;
Tipo: Complementar Optativa;
Carga Horária Total: 68 horas;
Docente:Ricardo Oliveira da Silva Data: 19 de fevereiro de 2019 Dia: Terça -Feira
Leituras
Unidade I: Introdução ao estudo do Ateísmo
1. (19/02): Apresentação do programa e dos objetivos da disciplina. 2. (26/02): BAGGINI, Julian. Ateísmo: uma breve introdução. Porto Alegre: L&PM, 2016, p. 09-89.
Unidade II: Os Ateísmos na Antiguidade e Idade Moderna
3. (12/03): MINOIS, George. Os ateísmos greco-romanos. In:______. História do Ateísmo. São Paulo: Editora UNESP, 2014, p. 35-70. 4. (19/03): HYMAN, Gavin. Ateísmo na história moderna. In: MARTIN, Michael (org.). Um mundo sem Deus. Ensaios sobre ateísmo. Lisboa: Edições 70, 2010, p. 27-42. 5. (26/03): MINOIS, George. A afirmação do materialismo ateu. In:______. História do Ateísmo. São Paulo: Editora UNESP, 2014, p. 472-499.
Unidade III: 1ª parte sobre os Ateísmos no Século XIX
6. (02/04) Esquerda Hegeliana e Ateísmo: OLIVEIRA, Renato Almeida de. Homem e religião no movimento neohegeliano de esquerda: uma leitura de Bruno Bauer, Max Stirner e Ludwig Feuerbach. In: Revista Dialectus. Fortaleza, ano 02, nº 04, p. 106-126, jan./jun. 2014. 7. (09/04): Marxismo e Ateísmo: MOTA, Francisco Alencar. Marx e a religião: pressupostos básicos para uma compreensão da religião na obra de Marx. In: Revista Dialectus. Fortaleza, ano 02, nº 04, p. 92-105, jan./jun. 2014. 8. (16/04): Prova dissertativa sobre o conteúdo da Unidade I-III.
Unidade IV: 2ª parte sobre os Ateísmos no Século XIX
9. (23/04): Darwinismo e Ateísmo: CARVALHO, André Luis de Lima. A árvore da vida e o florescer da mente. In:______. O animal darwiniano: o status das emoções na teoria da mente em Charles Darwin. 130 f. Dissertação (Mestrado em História das Ciências da Saúde) – FIOCRUZ. RJ, 2005, p. 17-40. 10. (07/05): Nietzsche e Ateísmo: LIMA, Sebastião Hugo Brandão. A “morte de Deus”. In:______. A crítica de Nietzsche à religião cristã. 115 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião) – UNICAP. Recife, 2015, p. 16-42.
Unidade V: Os Ateísmos no Século XX e XXI
11. (14/05): Existencialismo e Ateísmo: PIRES, Frederico Pieper. Liberdade e religião no existencialismo de Jean-Paul Sartre. In: Sacrilegens, Juiz de Fora, Vol. 02, nº 01, p. 02-21, jan./dez. 2005. 12. (21/05): Pós-Modernidade e Ateísmo: CAPUTO, John D. Ateísmo, A/teologia e a condição pós-moderna. In: MARTIN, Michael (org.). Um mundo sem Deus. Ensaios sobre ateísmo. Lisboa: Edições 70, 2010, p. 220-230. 13. (28/05): Ateísmo e Neoateísmo: KOSLOWSKI, Adilson e SANTOS, Valmor. Comparando os escritos do neoateísmo (NAT): em busca de uma definição. In: Sapere Aude. Belo Horizonte, vol. 07, nº 12, p. 433-461, jan./jun. 2016.
Unidade VI: O Ateísmo no Brasil
14. (04/06): SILVA, Ricardo Oliveira da. Será que chegou a hora e a vez do ateísmo na historiografia brasileira? In: Revista História em Reflexão. Dourados, vol. 12, nº 24, p. XX-XX, jul./dez. 2018. [no prelo]. 15. (11/06): MONTERO, Paula; DULLO, Eduardo. Ateísmo no Brasil: da invisibilidade à crença fundamentalista. In: Revista Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, nº 100, p. 57-79, nov. 2014.
Ricardo Oliveira da Silva (docente) UFMS - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul https://sien.ufms.br/docentes/view/7493 Ricardo Oliveira da Silva Currículo Lattes: